Formação

O Coletivo

Que el pasado se hunda en la nada!
Que nos importa del ayer?
Queremos escribir de nuevo
la palabra MUJER!

Lucia Sanchez Saornil – Mujeres Libres


O “Anastácia Livre!” é um coletivo político de mulheres, apartidário, iniciado em meados de agosto de 2010, por mulheres que compreendem a importância política da existência de agrupamentos femininos organizados, que combatam as relações de exploração e de opressão e lutem por uma sociedade baseada na igualdade e na liberdade.


O coletivo tem a preocupação de que a formação e a prática de suas integrantes se baseiem em princípios como autonomia, organização popular, autogestão e solidariedade de classe, tendo nesta um recorte para a classe trabalhadora.


Caminhamos com o objetivo de resgatar o protagonismo político das mulheres para que se contraponham à atual ordem social colocada. Entendendo que estamos diante de uma sociedade opressora, racista, machista e homofóbica, baseada no lucro, na servidão, no privilégio e na propriedade privada.


Nos reunimos na zona leste de São Paulo, tendo nossas práticas focadas na formação teórica das militantes, promoção de atividades abertas junto à comunidade e convergência com outros grupos e atividades de interesse comum; debatendo e atuando, portanto, em questões políticas nos mais variados espaços.

Tanto no passado como atualmente, mulheres do campo, da cidade e da floresta sempre estiveram presentes nas lutas populares, mas a sociedade patriarcal e machista, perpetuada ao longo da história da humanidade, se esforça para apagar a memória combativa das mulheres.

Sim, mulheres se uniram nas mais diversas lutas, por pão, terra e igualdade, nos mais diversos espaços e nas mais diferentes épocas. E é a partir desta compreensão que o Coletivo “Anastácia Livre!” se faz presente na luta contra o Capital para a liberdade e emancipação humana! 


Quem foi Anastácia? 

O nome Anastácia Livre faz referência à escrava Anastácia, que viveu no Brasil no século XVIII, e que bravamente se opôs ao regime escravocrata contribuindo com a fuga de muitos escravos para a liberdade. A violência de gênero contra ela, assim como com tantas outras mulheres negras, foi marca de sua difícil história, sendo brutalmente violentada e submetida a suplícios.

Para punir sua desobediência, seus opressores a castigaram colocando uma máscara de ferro em seu rosto, que era retirada apenas quando se alimentava, causando-lhe diversas chagas e sua morte, em data incerta, como a trajetória de muitas guerreiras, a de Anastácia também foi reprimida pela história.

Resgatar a memória e trazer a luta desta mulher, como exemplo de resistência, é a proposta por trás do nome do coletivo, homenageando sua bravura e sua incansável luta por justiça social.


CONTATO: anastacialivre@gmail.com